POESIA GOIANA
Organização de SALOMÃO SOUSA
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JUSCELINO POLONIAL
Juscelino Martins Polonial. Poeta. Graduação em Ciências Sociais pela Associação Educativa Evangélica (1989),com mestrado em História pela Universidade Federal de Goiás (1995) e doutorado em Sociologia (UFG). Atualmente é professor efetivo do Instituto Federal de Educação (IFG), campus de Inhumas. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Regional e História da América, atuando principalmente nos seguintes temas: história de goiás, história política, história e região, teoria e historiografia e historiografia goiana e anapolina. É professor de Sociologia do Trabalho e Sociologia da Educação no ensino superior e Sociologia para o Ensino Médio no IFG.
Informações coletadas do Lattes em 23/06/2020
Autor dos livros; “Unha de Carne” (1985); “Canto Livre no Planalto Central” (1986); e “Todas as Poesias” (2003); “Anápolis nos Tempos da Poesia” (19960; “Terra do Anhanguera História de Goiás” (19980 e “Ensaios Sobre a História de Goiás” (2000).
ANTOLOGIA EM VERSO E PROSA. (Autores filiados à União Literária Anapolina). Organizado por Laurentina de Medeiros, Natalina Fernandes e Henrique Mendonça. Capa: Julio Alan. Prefácio: Júlio Sebastião Alves. Anápolis: ULA, 2005. 304 p. 14 x 21 cm. Ex. bibl. Antonio Miranda
Da vila ao centro
Percorre a mesma hora a toda hora
O dia não para de nascer
Um após outro
Parece os filhos.
Percorre cada espaço do mesmo lugar
Para ver a novidade
Na parte de cada espaço
Que os pés já conhecem de cor.
A cor do dia é igual
À primeira e à última passagem
E para na igreja
Para continuar a esquecer a mesma estrada.
É esquecer o dia, a noite
O mesmo suporte
Que faz a diferença entre a sua casa
E a do patrão.
Sei não
Enquanto se tenta fazer um lugar incomum
Tudo parece igual
Não vejo como separar
O ontem do hoje
Nem como criar
Se não se percebe a contradição do caminhar.
Hoje
Não está claro
O motivo de olhar
Vejo você
E parece que tenho a certeza,
Mas olho ao nosso redor
E vejo as muralhas que parecem tudo calar.
O que acontece nesse dia
Tudo parece que vai passar
O seu olhar
O nosso sorriso
E uma vontade louco da ficar,
Mas parece que vai passar.
Cada vez que vejo seu corpo
Sinto o meu
Cada vez que olho para você,
Parece que sou eu
E tudo está indo embora
Pelo nosso cotidiano feroz.
Vejo sua voz querendo ficar
Vejo cada passo seu pedindo para eu ficar
Não quer pensar no outro dia
A rotina vai nos matar.
Olhe ao nosso redor
Parece que estão nos condenando
Isso não
Parece mesmo que estou vendo tudo ruir
Eu já vou
Acho que vai acontecer o mesmo com você.
Para você ver como o mundo não tem piedade
Olhe a cidade e suas luzes
Nenhuma nos representa
Senta
Chora
Mas não perca você
Porque nada vale mais do que você.
Pressentimento
Já estou sentindo saudade prematura
O que fazer?
As horas não serão preenchidas da mesma maneira
Nas mesmas noites
Nesses mesmos meses passados.
Apesar de ser cada dia, noite e mês
A mesma diferença que há entre nós
Ela não ficará menor.
De agosto a novembro, o tempo passa
Dezembro é a despedida
Fizemos muita coisa nesse período
Um grupo
Um trabalho
Um lugar-comum.
Fizemos até sorrir nós mesmos
Por coisas tão banais
Que passamos a não achar
Fizemos até nascer uma dúvida
Que não é minha
Nem sua
Mas de todos nós.
É,
Fizemos muito nesses meses
ET é o que deixaremos em breve que me entristece.
Saudade
É quando olhamos
Sem medo de perder
Porque nada está extinto
Porque existimos.
É sempre viver suavemente
Porque a distância não existe
É apenas uma relatividade física
Que temporariamente nos separa.
É quando os olhos sentem
Mas não podem ver.
É quando a gente senta sem qualquer canto
E canta, canta
Como quem quer viver.
É pura ficção
Que existe
Mas estará sempre no futuro
Se a realidade for vivida.
É como ler um livro
E ter a sensação de estar sempre lá
E Ter a certeza de que ela nunca acaba
Por isso pode ser sempre reconquistada.
Tempo
É melhor ficar com você
e ter o que falar
vai que o tempo passa e nada acontece
hoje estou com saudade
Ontem também
É provável que amanhã a mesma situação se repita
não minta
olhe a poesia
Ela é sua e minha
Para cada dia
Um olhar sobre você...
*
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Página publicada em junho de 2021
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